Espero que você esteja gostando do nosso site. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem na Av. Paulista presencialmente e também online por vídeo chamada. Autor: Renata Visani Gaspula - Psicólogo CRP 06/72421
A insônia é um problema sério muito comum entre os adultos. Somente no Brasil, 73 milhões de brasileiros sofrem com esse distúrbio do sono, segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS).
Por isso, dados como esse são preocupantes visto que a insônia é nociva tanto para a saúde do corpo quanto a da mente.
A ligação entre o sono e a saúde mental é complexa. Então, a privação do sono acentua os sintomas de condições graves, como depressão, ansiedade e transtorno de bipolaridade.
Por outro lado, a insônia é um sintoma comum de muitas condições, como depressão, estresse pós-traumático (TEPT) e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
Ao mesmo tempo em que o indivíduo precisa ter uma boa noite de sono para não acentuar os sintomas da sua condição, ele não consegue.
A falta de sono também é um problema grave para quem não tem um diagnóstico. A insônia interfere no funcionamento do organismo como um todo e reduz a qualidade de vida das pessoas drasticamente, como veremos em seguida.
O que é insônia?
A insônia é caracterizada pela dificuldade de adormecer ou para ter uma boa noite de sono.
O insone passa horas rolando na cama tentando dormir ou acorda múltiplas vezes durante a noite. Quando se levanta na manhã seguinte, está irritado, cansado e indisposto.
Existem três tipos de insônia: a intermitente, que acontece de vez em quando, principalmente quando se está preocupado com alguma questão; a transiente, cuja duração pode ser de alguns dias até três semanas; e a crônica, que se prolonga por mais de três semanas.
A insônia intermitente costuma ser provocada pela ansiedade. Quando você tem um compromisso importante no dia seguinte ou está passando por uma fase de vida estressante, a preocupação excessiva pode impedir que você relaxe.
Com a mente sempre em estado de alerta, o corpo entende que é preciso manter os músculos tensionados para responder a um possível perigo a qualquer momento. Assim, você não consegue relaxar até o motivo da preocupação passar.
Hábitos ruins e um estilo de vida estressante também pode provocar a insônia, como ingerir álcool e cafeína próximo à hora de dormir, fumar, trabalhar excessivamente, usar o celular na cama, assistir vídeos ou filmes estimulantes antes de dormir, entre outros.
Não conseguir dormir ocasionalmente, no entanto, é normal e o mal-estar subsequente pode ser remediado com uma boa noite de sono. Já a insônia crônica é um problema que deve ser tratado com seriedade.
5 formas que a insônia afeta a saúde mental
Enquanto dormimos, a atividade cerebral passa por vários estágios que compõem o ciclo do sono. Ela sofre pequenos picos de energia durante as primeiras fases do sono e, quando chegamos ao sono REM (movimento repetitivo dos olhos), a fase associada aos sonhos, a atividade cerebral aumenta.
Quando não dormimos direito, esse processo é interrompido, prejudicando o funcionamento saudável do cérebro. Por conseguinte, começamos a ter dificuldade para fazer coisas simples no dia a dia, as quais não exigiam muito tempo nem esforço no passado, e para regular as nossas emoções.
Entre as maneiras que a insônia afeta a saúde mental estão:
1. Estresse
O estresse pode ser tanto a causa quanto uma consequência da insônia. O organismo libera o hormônio do estresse, cortisol, a partir das 4 horas da manhã e ele atinge o seu pico entre às 7 e 8 horas. A falta de sono bagunça esse processo e os efeitos do estresse são mais intensos.
Dessa maneira, você pode ter dificuldade para gerenciar até mesmo as menores das situações estressantes. Pequenos imprevistos se transformam em grandes inconvenientes, desentendimentos de fácil resolução se tornam brigas e a frustração passa a ser um sentimento quase insuportável.
A exposição prolongada ao estresse pode estimular o surgimento de várias patologias, como hipertensão arterial, alergias de pele e gastrite. Além disso, quem já tem o diagnóstico de uma doença pode ter mais dificuldade para conviver com os seus sintomas.
2. Depressão
Assim como o estresse, a depressão pode ser uma causa ou uma consequência da insônia.
Pessoas depressivas frequentemente são insones e, por isso, buscar tratamento psicológico e psiquiátrico é essencial para ter boas noites de sono. Noites mal dormidas acentuam os sintomas depressivos, podendo causar recaídas e até pensamentos suicidas.
Quem não tem depressão e sofre de insônia tem mais risco de desenvolver a doença. Quando você não dorme direito, não consegue funcionar bem no dia a dia e a desregulação se estende à qualidade dos pensamentos e o controle das emoções.
Você fica mais suscetível ao pessimismo e esgotamento emocional. Como não tem energia o suficiente, prefere se isolar das pessoas e eventos sociais. Também pode experienciar uma sensação de vazio inexplicável. Esse quadro pode evoluir para uma depressão com o passar do tempo.
3. Irritabilidade
Pessoas insones frequentemente vivem com raiva. Elas se irritam facilmente com os indivíduos, as situações e até os próprios pensamentos. Estudos especulam que a irritabilidade é o resultado do mal-estar generalizado causado pela falta de sono, bem como do excesso de estresse.
Se você não consegue se sentir confortável tanto física quanto psicologicamente nem tem capacidade para combater o estresse de modo saudável, é difícil encontrar razões para sorrir, não é?
A falta de energia também pode estimular a irritabilidade. Você fica frustrado consigo mesmo porque não consegue concluir as suas tarefas em um tempo apropriado e pode descontar a frustração nos outros através de insultos, reclamações, cobranças e brigas sem sentido.
4. Dificuldade de concentração
Como visto, cada fase do sono desempenha um papel importante na preservação da saúde do cérebro. Como a insônia desregula o processo do sono, funções cognitivas, como raciocínio lógico, capacidade de reter informação, memória e concentração, deixam de funcionar adequadamente.
É por isso que você não consegue preservar o nível de produtividade quando dorme mal. Manter a concentração em demandas profissionais e afazeres domésticos de súbito é desafiador.
Você comete erros bobos, demora mais tempo para concluir atividades diárias, esbarra e quebra objetos, não consegue acompanhar conversas, entre outros.
Se você notou uma decaída significativa na sua produtividade, seja no trabalho ou em casa, reflita sobre como você tem dormido ultimamente em vez de partir para a frustração e a culpa.
5. Pensamentos negativos
Você fica mais suscetível aos pensamentos negativos quando sofre de insônia. O estresse, a fadiga e a irritabilidade dificultam o encontro com o bem-estar emocional, logo o pessimismo tem oportunidade de se instalar.
Mesmo que nada de ruim esteja acontecendo na sua vida, você encontra motivos para reclamar e se lamentar. As pessoas com quem você convive começam a perceber uma mudança no seu humor e podem demonstrar preocupação com o pessimismo excessivo.
Os pensamentos negativos são um dos fatores que a longo prazo também levam à depressão. Em casos graves, eles podem evoluir para pensamentos suicidas.
Outra consequência é a baixa autoestima. Você começa a prestar mais atenção nos seus defeitos e erros, desenvolvendo uma autopercepção negativa. Quando o seu diálogo interno é negativo, é mais difícil combater pensamentos de autopiedade e punições a qual você inflige em si mesmo por acreditar merecer.
Como combater a insônia?
Se você sofre de insônia, não hesite em procurar ajuda psicológica e médica. Existem muitas formas eficientes de tratar esse distúrbio do sono! Como a situação de cada indivíduo é única, é ideal consultar um profissional para avaliar o seu caso.
Um médico e um psicólogo pode avaliar os riscos e potenciais benefícios de tipos distintos de tratamento para chegar a um veredicto sobre o que é mais adequado para o seu quadro. Se você tem uma condição de saúde, por exemplo, é preciso investigar como ela afeta a qualidade do seu sono.
A insônia pode impactar a saúde mental e as condições de saúde mental podem reduzir a probabilidade de se ter uma boa noite de sono. Embora essa relação seja complexa, ela também possibilita que o tratamento seja feito de maneira conjunta. Por exemplo, técnicas para dormir melhor fazem parte do tratamento para a depressão.
Além do tratamento prescrito pelo médico ou psicólogo, você pode cultivar bons hábitos para garantir noites bem dormidas. Exemplos de atitudes que podem ser tomadas são:
- Ter um horário fixo para dormir;
- Criar um ambiente aconchegante (iluminação adequada, móveis confortáveis) para relaxar rapidamente;
- Evitar álcool, cafeína e tabaco à noite;
- Praticar exercícios;
- Agendar um período para tomar sol durante o dia; e
- Praticar técnicas relaxantes antes de dormir, como meditação, alongamento e respiração profunda.
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Autor: psicologa Renata Visani Gaspula - CRP 06/72421Formação: Atua como psicóloga clínica há mais de 15 anos, está cursando mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde na Universidade do Algarve em Portugal e é pós-graduada em Neuropsicologia, PNL (Programação Neurolinguistica) e atua também com Psicanálise
2 respostas em “Como a insônia afeta a saúde mental”
Sempre artigos bons e didaticamente perfeitos.
Olá, fico feliz que o conteúdo tenha te ajudado. Obrigada pelo seu comentário. Abraços